Cauda quebrada e 15 minutos de tensão: o que revela a investigação sobre o Titan
- lipearu20
- 18 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Uma investigação liderada pela Guarda Costeira dos EUA sobre a implosão do submersível Titan, que resultou na morte de cinco pessoas durante uma expedição ao Titanic, revela falhas operacionais, materiais inadequados e avisos ignorados.
O que aconteceu
O submersível Titan trocava mensagens com o navio de apoio até perder contato. Durante a descida, usavam códigos simples como "a" para confirmar o recebimento de mensagens e "k" para garantir que os sistemas de comunicação estavam funcionando. Às 9h53, o Polar Prince enviou uma mensagem perguntando se o Titan ainda conseguia localizá-lo, mas não obteve resposta, informou o The Guardian.
O silêncio durou 15 minutos, aumentando a tensão no navio de apoio. Apenas às 10h08, o Titan respondeu com "k", explicando que havia perdido temporariamente o sistema de comunicação. Durante esse tempo, o Polar Prince continuou enviando mensagens repetidamente.
Paul-Henry Nargeolet tentou tranquilizar a tripulação com uma mensagem otimista. Logo após o retorno do contato, Nargeolet enviou o texto "tudo bem aqui" ao navio de apoio. A tentativa de acalmar a equipe do Polar Prince ocorreu pouco antes de o submersível sofrer a tragédia.
A última mensagem foi enviada às 10h47, informando uma manobra para melhorar a flutuabilidade. O Titan comunicou que havia liberado dois pesos de queda, uma prática comum para facilitar o controle da subida e descida. Naquele momento, o submersível estava a uma profundidade de pouco mais de 3.300 metros, disse o The Guardian.
Após essa comunicação, o submersível não enviou mais nenhuma mensagem.
Ex-funcionários já haviam alertado sobre os riscos antes da tragédia. Segundo o The New York Times, engenheiros da OceanGate expressaram preocupações sobre a segurança da embarcação anos antes da implosão fatal. Tony Nissen foi demitido após se recusar a aprovar uma expedição em 2019, citando falhas no equipamento e na coleta de dados que indicavam problemas no submersível.
Problemas com o Titan foram documentados em expedições anteriores. Em 2021, o submersível enfrentou 70 problemas de equipamento, e mais 48 em 2022, segundo o The New York Times. Mesmo com esses sinais de alerta, a empresa continuou operando o Titan sem realizar as correções necessárias, levando a questionamento.
Cerca de 1h45 após a descida, o Titan perdeu contato com o navio de apoio. A perda de comunicação gerou uma operação de busca internacional, envolvendo a Guarda Costeira dos EUA, a Marinha Canadense e veículos operados remotamente (ROVs). Quatro dias depois, os destroços do submersível foram encontrados, confirmando a implosão.
Especialistas acreditam que a implosão foi instantânea, devido à pressão extrema. A tripulação teria morrido no momento da implosão, que ocorreu enquanto o submersível ainda descia. O caso trouxe à tona questões sobre a segurança de expedições submarinas privadas e a necessidade de regulamentação mais rigorosa.
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